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sábado, 4 de abril de 2009

SEGUNDA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES

Faz algum tempo, examinando livros velhos que mantenho, na minha biblioteca particular, um me chamo a atenção pelo seu estado: um livro velho, com a capa rasgada, emendada com etiquetas, suja, amassada, indicando manuseio freqüente. Pensei: esse livro dever ser muito bom. Tirei-o da estante, coloquei-o sobre minha escrivaninha, sem, sequer,o abrir, por eu ser alérgico à poeira e ácaros.

Na última terça-feira do mês de março, depois de voltar do culto, quando me dei conta estava com o esfarrapado livro na mão,livro esse da autoria de Jean Sulivan, tendo por título:”PROVOCAÇÃO ou a fraqueza de Deus” (Editora Herder – São Paulo – 1966), que adquiri em dezembro de 1968. O que mais me surpreendeu foi o fato e o ter aberto na página 116, em que festejado o autor citou o texto bíblico da Segunda Multiplicação de Pães (Matheus 15:29-39 – Marcos 8:1-9), o mesmo que havia ouvido, momentos antes, na igreja e que tanto me emocionou. Fato que tomei como manifestação de Deus, visando complementar o entendimento que o pregador recém havia me passado.

Narra texto do livro, que a turba, ávida de coisas maravilhosas,seguiu Cristo, no deserto.Não há mais que dois pães e alguns peixes para alimentá-la. Sob a palavra do Senhor, os apóstolos começaram a distribuição. E quanto mais dão, mais se cumularam os pedaços no fundo, antes vazio, dos cestos. Terminada a distribuição, não se sabia mais o que fazer com as sobras. A significação é clara.

É preciso começar a dar; então a pessoa percebe que é rica. Quem se poupa
confessa sua irremediável pobreza.

Mas amar é também receber. Há tantos seres tristes, por nada terem para dar para alguém. “Dá-me de beber, disse Cristo à samaritana.”

E, na mesma página, o citado autor narra a fábula de como se pegam macacos no Oriente. Fixa-se no chão, diz Rochat, um vaso em cujo fundo se coloca uma fruta. O gargalo do vaso deixa passar a mão vazia, mas não a cheia. Assim o homem que fecha a mão sobre os objetos. São suas posse que o destroem. O homem morre por não saber abril suas mãos.

Obviamente, naquela mesma noite, eu tornei a ler todo, com o mesmo encantamento, quarenta e um anos depois o ter lido pela primeira vez, aos 34 anos de idade.

Uma obra para ser lida e meditada.

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